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É possível aprender durante o sono?

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É possível aprender durante o sono?  Esse é o sonho de todos os estudantes. Enquanto você dorme alguém lê a matéria – ou você coloca um gravador no ouvido repetindo aquela ladainha –  e você acorda sabendo. Sem precisar perder tempo estudando para a prova. Que maravilha seria, não? Experiências anteriores mostram que infelizmente isso ainda não é possível. Entretanto, uma pesquisa recente desenvolvida por pesquisadores israelenses mostra que algumas novas informações, como sons ou respostas olfatórias podem ser adquiridas durante o sono. O trabalho acaba de ser publicado na revista Nature Neuroscience.

Recordando:

O sono é um estado caracterizado pela perda da consciência e por uma resposta reduzida a estímulos externos. Entretanto há evidências de que o cérebro “adormecido” é capaz  de processar informações sensoriais. Por exemplo, ao ouvir seu próprio nome  durante o sono o cérebro de uma pessoa terá respostas diferentes do que se ouvir nomes ou sons sem significado. Sabemos que o sono pode consolidar conhecimentos já adquiridos, mas será que podemos adquirir novas informações enquanto dormimos? O que mostrou essa nova pesquisa coordenada pelo cientista Noam Sobel?

Os voluntários eram expostos a diferentes sons e  odores  durante o sono.

Como a realização de pesquisas como essas não é fácil, os cientistas resolveram testar se os voluntários conseguiam identificar odores  de substâncias novas, que eram divididos em agradáveis (como shampoo ou perfume) e odores desagradáveis. Para garantir a fidedignidade dos resultados, era fundamental ter certeza que os voluntários estavam  realmente dormindo e que permaneciam assim durante todo o experimento. Antes de iniciar a experiência os pesquisadores fizeram vários testes para assegurar-se que os sujeitos da pesquisa estavam realmente adormecidos. Além disso, tiveram o cuidado de escolher um estímulo – como o odor –  que não acordasse os voluntários e fácil de ser reconhecido.  Sabemos que quando sentimos um odor agradável inalamos profundamente. Por outro lado, em presença de um cheiro ruim, fazemos o contrário. Temos uma respiração curta.

Como foi feita a pesquisa?

Para saber se as pessoas conseguiam reconhecer um odor agradável ou um cheiro ruim durante o sono, os pesquisadores associaram os odores a diferentes sons. Um determinado som era seguido de um odor agradável e outro som precedia um cheiro ruim.  As respostas foram monitoradas e  as primeiras observações mostraram que os sujeitos adormecidos conseguiam distinguir os diferentes odores: o agradável desencadeava uma inalação profunda e o mau cheiro uma respiração curta.

Qual foi o próximo passo?

Para verificar se havia ocorrido o aprendizado durante o sono, os pesquisadores submeteram em seguida os voluntários somente aos sons, que haviam sido previamente associados a um odor agradável ou desagradável. Surpreendentemente, as respostas respiratórias foram as mesmas: o som associado a um bom odor desencadeava uma inalação profunda e o som associado ao cheiro ruim, a respiração curta. E o melhor de tudo: esse comportamento repetiu-se  durante o sono e também quando os voluntários acordaram.

Quais são os limites?

De acordo com a Dra. Anat Arzi, que é a primeira autora dessa pesquisa, sabemos agora que algum tipo de aprendizado é possível durante o sono.  Entretanto serão necessários novos estudos para determinar quais são os limites – o que é possível e o que não é possível aprender enquanto dormimos.  Enquanto isso, temo que teremos que continuar a estudar para as provas pelo método tradicional.

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