Seu chefe vive distribuindo tarefas, mandando em todo
mundo, deixando claro quem é o mais alto na cadeia de comando ali?
Você pode odiá-lo por isso, mas essa é precisamente a
razão do sucesso de sua empresa.
Essa foi a conclusão de Adam Galinsky, da Universidade
Northwestern (EUA), Katharine Greenaway, da Universidade de Queensland
(Austrália), e Eric Anicich e Richard Ronay, da Universidade Columbia (EUA),
que juntos conduziram um estudo com mais de 100 estudantes universitários,
publicado na revista Psychological Science.
Imagine o seguinte cenário: você está na sua empresa,
com seu colega de trabalho. Tem duas tarefas a serem feitas, cruciais para o
funcionamento da companhia, uma fácil e uma mais difícil. Seu chefe chega,
distribui as tarefas, e você fica com a mais difícil. Você bufa, mas se põe
logo a fazê-la, já que precisa manter seu emprego.
Agora imagine que você e seu colega não têm nenhum
chefe, e vocês podem escolher qual tarefa querem fazer. O que vai – obviamente
– acontecer?
Vocês vão brigar para ver quem fica com a tarefa mais
fácil, menos chata. Claro que esse é o cenário mais provável, não o único.
Mas esse é o resultado da pesquisa, que indicou que,
em um ambiente sem hierarquia, existe mais conflito, menos diferenciação de
papéis, e menos coordenação e integração no grupo. Ou seja, as pessoas perdem
mais tempo discutindo, fica menos claro quem faz o quê (o que também pode
acarretar em perda de tempo, e tempo é dinheiro) e há menos união no grupo
(provavelmente devido a toda discussão e perda de tempo).
Tudo isso leva a uma perda de produtividade. Quando
fica claro o papel de cada um, e há uma pessoa no comando garantindo o
funcionamento dessa ordem, a produtividade é maior, e o sucesso da empresa
também é maior. Eis a razão pela qual as
pessoas precisam de um chefe.
pessoas precisam de um chefe.
“Nós descobrimos que uma clara hierarquia, divisão do
trabalho e padrões de deferência reduzem os conflitos, facilitam a coordenação
e, finalmente, melhoram a produtividade do grupo”, disse Adam Galinsky. “Por
outro lado, quando há muitos líderes e poucos seguidores, o desempenho do grupo
sofre. Quando o poder é distribuído, conflitos intragrupais diminuem enquanto a
coordenação e a produtividade aumentam”.
No fim das contas, significa que, para um negócio
funcionar, é preciso que alguns tenham “mais poder” que outros. Isso parece um
grave atentando a sociedade igualitária, mas não há muito o que se fazer.
“Apesar do apelo evidente de estruturas sociais igualitárias, ainda há uma
preferência duradoura implícita de hierarquia”, comentou Ronay.
Nós vivemos nessa sociedade capitalista, onde o
sucesso de uma empresa/negócio depende do dinheiro que ela faz, que por sua vez
depende não só de uma estrutura hierárquica dentro da empresa, mas em toda a
sociedade (uns tem que ficar mais ricos que outros, não?).
Para isso mudar, só se tudo mudasse, a sociedade toda.
E, verdade seja dita, não parece estar próximo o dia em que todos seremos
irmãos e dividiremos tudo. É uma ideia bonita de se pensar, mas que não tem
sido muito prática até hoje. É fácil imaginar uma sociedade igualitária sem
propor soluções para alcançar isso (e que não falhem). E, por tal, essa
corrente de pensamento ganhou um nome bastante apropriado: socialismo utópico.
Mas não custa sonhar…
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