Se você esteve nos últimos tempos confinado em algum lugar da
Sibéria, talvez não saiba o que um troll é. De acordo com a nossa Barsa
(quem lembra dessa?) moderna, a Wikipédia, um troll é aquela “pessoa
cujo comportamento tende sistematicamente a desestabilizar uma
discussão, provocar e enfurecer as pessoas envolvidas nelas”.
A fama desses seres virtuais aumentou ainda mais após o sucesso
repentino e enorme do 9gag.com, um site que contava com atualizações dos
usuários, piadas, e possuía até um personagem típico que era,
adivinhem, o “Troll”.
O tema virou assunto de pesquisa séria, algo que Whitney Phillips vem
fazendo há quatro anos, em fóruns e no Facebook. De acordo com
Phillips, certa vez um troll definiu os da sua índole como “uma pessoa
normal que faz coisas insanas na internet”. De acordo com ele, a
possibilidade de trollar surge da passagem das piadas inapropriadas,
ditas em ambientes da vida “real”, para o mundo virtual, com a
possibilidade do anonimato – o mesmo que você faz com seu grupo de
amigos na “realidade”.
De acordo com a pesquisadora, um dos maiores desafios nesse tipo de
investigação é o fato dos trolls contarem como um dos pontos centrais de
sua identidade o anonimato. Foi preciso um bom tempo até criar
intimidade e entrar nesse mundo um tanto estranho.
Além do anonimato, o pesquisador aponta outros três aspectos que
definem o grupo: identidade (trolls se vêem como trolls, e não tem
vergonha disso), linguagem própria (como o termo “fap” para masturbação –
consegue adivinhar por quê?) e um tipo de risada virtual específica.
O tipo de alvo dos trolls depende de cada um. Certos indivíduos, como
descobriu Phillips, exercem até um papel socialmente mais aceito, como
“zoar” grupos anti-semitas. Outros nem tanto, se organizando para postar
mensagens indecentes em perfis de Facebook de pessoas que morreram.
Para quem achou que isso parece coisa de menino, acertou. A
pesquisadora comenta que, durante os anos de pesquisa, raramente
encontrou uma mulher troll.
No fim, vem a pergunta: o que fazer com tal comportamento? Para
Phillips, nós não devemos alimentar esse tipo de comportamento, porque
muitas vezes as principais piadas entram no campo do racismo e do
preconceito. Ela se deparou diversas vezes com esse tipo de situação, em
especial piadas sobre estupro, em vários locais da internet, e
comentários racistas durante as eleições presidenciais americanas de
2008.
E você? O que sabe ou acha dos trolls?
[MSN]
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