O banheiro
está quebrado – e não é a descarga.
Esta peça sem
graça da tecnologia, que todo mundo usa, mas ninguém parece pensar muito sobre
ela, está necessitando desesperadamente de uma revisão, de acordo com a
Fundação Bill & Melinda Gates, que ano passado lançou um desafio “Reinvente
o banheiro”.
Segundo a
presidente da Fundação, nenhuma inovação nos últimos 200 anos fez mais para
salvar vidas e melhorar a saúde do que a revolução do saneamento, provocada
pela invenção do vaso sanitário. Mas, para ela, a ferramenta só chegou em um
terço do mundo e precisa de novas abordagens. Em suma, é preciso reinventar o
banheiro.
A pergunta é:
o que exatamente tem de errado no vaso sanitário atual?
É muito caro
para as pessoas de países em desenvolvimento, porque exige água tratada e
esgoto, o que nem sempre está disponível. E, sozinho, ele não faz nada para
realmente tratar os resíduos humanos.
Cerca de 2,5
bilhões de pessoas não têm acesso a instalações sanitárias e a falta de acesso
ao banheiro favorece a propagação de doenças, que são a causa da morte de 1,5
milhões de crianças a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
A Fundação
quer um banheiro que seja barato, que as pessoas menos favorecidas possam ter
acesso e que recicle os minerais energéticos dos nossos resíduos. Para isso,
ela está bancando oito projetos de universidades que estão tentando inventar o
banheiro.
As ideias
mais marcantes são:
• Um vaso
sanitário que vai recuperar a água e sal a partir de fezes e da urina;
• Um vaso sanitário que transformará os resíduos em gás, que poderá ser
utilizado para gerar eletricidade;
• Um vaso sanitário que irá sanear fezes dentro de 24 horas, passando por
processos de desidratação, filtragem e queima para evitar a transmissão de
doenças;
• Um banheiro com energia solar, já que as células solares geram energia
suficiente para processar resíduos e transformá-los em combustível para a
eletricidade.
A Fundação
adverte que nenhum desses esforços constitui uma ideia perfeita, que resolveria
todos os problemas de saneamento do mundo, e novos designs de papel higiênico
devem seguir a tendência de renovação para melhorar esse sistema.
Alguns
esforços para refazer o banheiro já foram por água a baixo, literalmente. Mas a
Fundação Gates permanece esperançosa de que uma “inovação radical” pode surgir.
As
universidades que receberam financiamento deverão ter protótipos dentro de um
ano e estima-se que alguns dos projetos estejam prontos para lançamento em três
ou quatro anos.
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