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Restrição de calorias não prolonga expectativa de vida, mas melhora saúde.

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Dietas que restringem calorias não aumentam a expectativa de vida, mas melhoram a saúde do usuário. A conclusão é de um estudo feito por cientistas do National Institute on Aging, em Baltimore, nos Estados Unidos, e publicado nesta quarta-feira (29) no periódico científico Nature.

A restrição calórica é a prática de limitar o consumo de calorias diárias entre 10% e 40% de uma dieta normal, mas com os mesmos nutrientes. Estudos anteriores, realizados em roedores, comprovaram que seguir a prática aumenta a saúde e retarda o envelhecimento.

A nova pesquisa, iniciada há 23 anos em macacos, concorda em parte com as informações. Os cientistas descobriram que a dieta causou, sim, efeitos positivos na saúde dos animais. Por outro lado, não teve capacidade de prolongar a expectativa de vida.

Os pesquisadores, coordenados pelo biólogo espanhol Rafael de Cabo, reduziram em 30% a ingestão de calorias de macacos-rhesus (espécie Macaca mulatta) e avaliaram os efeitos desta dieta em indivíduos de diversas idades e sexo.

O estudo concluiu que a expectativa de vida dos animais - que em média é de 27 anos - não aumentou nem entre os macacos mais velhos, que tinham de 16 a 23 anos de idade no momento em que iniciaram a dieta, nem entre os mais jovens, menores de 14 anos quando o experimento começou.

Por outro lado, os pesquisadores detectaram que a restrição calórica trouxe benefícios ao metabolismo dos macacos. "Observamos uma melhora geral em parâmetros associados às doenças típicas do envelhecimento, como as enfermidades metabólicas (diabetes e obesidade), cardiovasculares e o câncer", disse Rafael de Cabo.

Os macacos que comeram 30% menos de calorias apresentaram níveis mais baixos de triglicéridios, colesterol e glicose, especialmente entre os machos, assim como uma incidência significativamente menor de câncer entre os primatas mais jovens.

A pesquisa, que segundo o biólogo poderia se prolongar por mais duas décadas, terá como objetivo agora investigar os efeitos metabólicos e moleculares da restrição calórica sobre o organismo destes macacos.

"A resposta é muito parecida a outras respostas de estresse, por isso poderíamos considerar a restrição calórica como um estresse metabólico, que causa ajustes globais no organismo, e que quando se mantém por um longo período de tempo provoca benefícios profundos na saúde."

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